Você sabia que apenas 3 em cada 10 profissionais confiam em seus líderes? E se o ouvido do chefe pudesse ser a chave para virar o jogo? A escuta ativa, ainda tão negligenciada, pode transformar relacionamentos, reter talentos e gerar resultados duradouros, quando exercida de verdade.
Segundo pesquisa da Gallup, apenas 30% dos profissionais confiam em seus líderes - um índice que tende a minar engajamento, produtividade e retenção. A maioria considera até a inteligência artificial mais confiável do que seu gestor humano.
Além disso, colaboradores desconfiados frequentemente planejam sua saída e se retraem em projetos, comprometendo a estratégia e o futuro da empresa.
Enquanto a desconfiança cresce, surge uma habilidade poderosa: escutar de verdade. Na visão de Danilo Nogueira, da Exame, escuta ativa é escassa e subestimada. E justamente por isso pode ser o diferencial dos líderes do futuro.
Não é apenas ouvir palavras, mas captar emoções, interjeições e subentendidos. Essa prática constrói confiança, reduz conflitos e motiva com mais precisão.
Fale por último
Se você é a autoridade na sala, segure sua resposta inicial. Deixe que o grupo compartilhe ideias sem influência - liderar com perguntas ou reflexões, e não com respostas automáticas.
Ouça além dos diretos
Não se limite à sua equipe imediata: escute o que está acontecendo em outras áreas e níveis hierárquicos. Isso amplia seu radar e evita armadilhas de informação filtrada.
Crie presença na escuta
Silencie distrações, mantenha contato visual, acene com a cabeça, e repita com suas palavras: “Então o que você está dizendo é…” - esse reforço faz toda a diferença.
Dê contexto e segurança durante o feedback
Antes de dar retorno, defina ambiente e contexto: escolha local privado, não surpreenda, recapitule performance anterior, e abra espaço para que o colaborador se manifeste.
Ouvir verdadeiramente é construir um terreno fértil para a confiança, e colaboradores confiantes têm o dobro de propensão a permanecer na empresa.
Durante crises ou mudanças de liderança, ouvir antes de propor mudanças é vital: o novo líder que respeita o legado e mostra sensibilidade ganha legitimidade.
Isso gera climas organizacionais baseados em respeito, coerência e vínculos sólidos, muito além de discursos vazios.
Segundo Armando Lourenzo (Você S/A), comportamentos como centralização, falta de transparência, ética duvidosa e dificuldade para ouvir estão entre os principais culpados por desmotivar equipes.
Esses traços cristalizam o distanciamento entre líder e liderado. Ouvir de forma eficaz é justamente o oposto, uma demonstração de empatia e abertura.
A escuta ativa está entre as três habilidades fundamentais dos grandes líderes — ao lado da flexibilidade e da capacidade de desenvolver talentos.
É também um pilar fundamental para identificar e nutrir potenciais, especialmente quando combinada com feedbacks frequentes e personalizados.
Ao escutar sinais fracos, ler o ambiente e conectar com o emocional, o líder moderno não apenas reage, ele cria novas realidades.
Etapa | Ação prática |
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1 | Agende reuniões 1:1 com perguntas abertas — “O que você quer trazer hoje?” |
2 | Faça entrevistas informais com colaboradores de outras áreas |
3 | Adote ritual de “falar por último” em reuniões estratégicas |
4 | Treine feedback com escuta empática (ouvir, refletir, responder) |
5 | Observe seu comportamento: você interrompe? Você julga rápido? |
Cada passo aumenta sua legitimidade, reduz ruídos e fortalece vínculos.
Líderes do futuro serão reconhecidos pela capacidade de ouvir antes de falar, de acolher em vez de julgar, de desenvolver em vez de comandar. Na LongVision, esse já é um valor praticado, mas que pode ser potencializado. Você está pronto para liderar com escuta e confiança? O diferencial está em cada pergunta que você faz.