Síndrome de burnout (esgotamento profissional): o que é, sintomas, tratamento e aumento de números no Brasil

Uma mulher preta, sentada, de cabelos presos e com fone no ouvido, olha para a janela. Ela está séria.

A síndrome do burnout é um distúrbio psíquico provocado especificamente por condições de trabalho. Atualmente, classifica-se como um transtorno, estando presente no novo CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

Além disso, pode estar relacionado a um emprego ou até mesmo à falta dele.

Burnout: o que é e principais sintomas

O burnout corresponde ao esgotamento e estado de tensão extrema emocional e estresse crônico. Em linhas gerais, é provocado por condições de trabalho que exigem um intenso envolvimento da pessoa, fisicamente, emocionalmente e psicologicamente.

Dentre os principais sintomas, estão:

  • Isolamento
  • Agressividade e irritabilidade
  • Lapsos de memória
  • Mudanças bruscas de humor
  • Ausência no trabalho
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Negatividade e pessimismo
  • Dificuldade de concentração
  • Baixa autoestima
  • Dores de cabeça, cansaço, pressão alta, dores musculares, distúrbios gastrointestinais e insônia

Claro, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e de nível de intensidade.

Contudo, é importante sempre procurar ajuda médica especializada para auxílio e diagnóstico.

Além do mais, o processo investigativo e de diagnóstico é basicamente clínico, com respostas a questionário psicométrico e levantamento do histórico do paciente.

Aumento de casos de burnout no Brasil

Atualmente, já se fala em epidemia de burnout no país. Porém, precisamos avaliar os números e casos com cautela, e entender que a desigualdade de condições sociais também é um gatilho para a síndrome ocupacional.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério da Previdência Social, em 2023, 421 pessoas receberam afastamento do trabalho por burnout. Aliás, esse é o maior número registrado nos últimos 10 anos.

Foi um aumento de aproximadamente 130% - se comparado a 2019 -, ocorrido, principalmente, durante e após a pandemia do coronavírus ou COVID-19.

Se compararmos à última década, o aumento alcançou impressionantes 1000%.

Motivos do aumento considerável de diagnósticos de burnout

Segundo especialistas, o aumento é decorrente de dois principais fatores, conforme abaixo:

  • Maior disseminação da informação e conhecimento por parte da medicina e das pessoas, com relação às doenças, síndromes e transtornos;
  • Maior pressão e cobrança no ambiente de trabalho.

Vale mencionar, também, que ainda há certa confusão por parte dos especialistas da área em realizar o diagnóstico corretamente, já que os sintomas podem ser confundidos com outras síndromes, doenças e transtornos mentais.

Todavia, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), cerca de 40% das pessoas economicamente ativas sofrem de burnout, ainda que nem todos os casos sejam identificados.

O tratamento do burnout

Uma das principais questões pesquisadas pelas pessoas com relação ao burnout é o tratamento.

Num geral, o apoio é feito por meio de medicamentos e terapias. Mas, de novo, cada pessoa é uma pessoa, sendo imprescindível contatar médicos especialistas e psicólogos para a abordagem correta.

O ambiente de trabalho e o burnout

É essencial que as pessoas saibam sobre a síndrome, sintomas e como procurar ajuda. Individualmente, a informação é importante para reduzir os impactos do burnout.

No entanto, enquanto sociedade, é fundamental que pensemos coletivamente. E é aqui que entra um passo importante no tratamento e na redução dos números de afastamentos, assim como na diminuição de quiet quitting e great resignation.

Tratar primeiramente do ambiente de trabalho, para que não seja tóxico ou que demande demasiada força de trabalho dos colaboradores, é uma das, senão a maior, contribuição para isso.

E quando falamos em tratar do ambiente de trabalho, estamos falando das pessoas, que são quem fazem o ambiente ser como ele é.

Ou seja, numa estrutura em que a hierarquia ainda é majoritariamente verticalizada, cuidar de como a liderança aborda o trabalho e as equipes é indispensável.

Olhar cuidadosamente para os times, e para as relações que acontecem no dia a dia, é o que vai fazer a diferença entre um ambiente saudável e feliz e um ambiente tóxico e estressante, começando pelo topo, que é, de fato, o exemplo para toda a estrutura.

E como fazer isso? Existem metodologias e treinamentos comprovados que contribuem para a saúde organizacional, o trabalho saudável entre as equipes e a transformação da liderança focada em comando e controle em uma liderança humanizada.

Veja abaixo os mais bem avaliados e aplicados em centenas de empresas mundialmente. Inclusive, no Brasil, a maioria delas possui o selo Great Place to Work (GPTW):

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