Os tempos realmente mudaram? Pesquisa mostra que pessoas que falam mais são mais escolhidas como líderes

Fotografia de uma pirâmide vermelha pequena, em cima de uma mesa. Ao lado, vê-se papéis e canetas.

Além disso, a maioria continua sendo homem.

Os tempos estão realmente mudando?

Parece que as coisas estão mudando. É o que pensamos, pelo menos. No entanto, a mudança em alguns quesitos ainda não é concreta.

Uma pesquisa realizada por cientistas estadunidenses mostrou que pessoas mais falantes e homens continuam sendo os mais escolhidos como líderes em pequenos grupos.

Inclusive, ainda de acordo com os dados obtidos pela pesquisa, não interessa muito a qualidade da fala dessas pessoas. Elas apenas falam mais.

É isso mesmo. Quem fala mais tende a ser escolhido como líder. Pouco importa a personalidade ou qualquer outra habilidade que não seja o falatório.

Em contrapartida, outro quesito faz com que, dentre os falantes, homens sejam mais escolhidos como líderes em pequenos grupos. Ou seja, o gênero é, ainda, extremamente relevante.

Como foi feita a pesquisa?

A pesquisa contou com mais de 30 grupos com quatro a dez estudantes universitários. A área onde a pesquisa foi realizada era de jogos de simulação, com temas empresariais ou militares.

Além do mais, aos participantes foram dados dez minutos para planejar uma tarefa e uma hora para realizá-la.

E, por fim, cada estudante deveria nomear de um a cinco indivíduos que achava que emergiu como um líder, tanto durante a fase de planejamento quanto depois.

Aqueles que falaram mais foram nomeados líderes.

De forma geral, estudantes que falaram mais foram escolhidos como líderes, independentemente do status, conhecimento na área, capacidade cognitiva ou qualquer outro traço de personalidade.

Normalmente, em nosso senso comum, consideramos líderes aqueles que possuem um mínimo de conhecimento e lideram por meio do conteúdo adquirido em determinado papel ou área.

Não foi realmente o que mostrou tal pesquisa. Isto é, líderes foram escolhidos como líderes apenas porque falavam mais que os demais.

Gênero ainda importa, e muito!

Se achávamos que os tempos estavam mudando, achamos errado! Ainda que vejamos mais mulheres em cargos de liderança, claro, assim como pessoas racializadas, a pesquisa mostra que o buraco é um tanto mais embaixo.

Em outras palavras, homens continuam sendo nomeados como líderes, independentemente do seu nível de conhecimento ou qualquer outra habilidade. Gênero ainda é muito relevante.

Veja, a pesquisa solicitava aos participantes que escolhessem seus líderes até mesmo antes da realização da atividade.

Então, o que podemos concluir disso? Que em nosso aspecto sociocultural, dentro ou fora de atividades econômicas e outras diversas, homens ainda são vistos como a base da liderança.

A pesquisa reflete puramente a nossa realidade!

Dentre os relatórios disponibilizados para governos e lideranças que participam do Fórum Econômico Mundial, o Relatório Global sobre Desigualdades de Gênero mostra que apenas 58% da lacuna na Participação Econômica e nas Oportunidades foi fechada até agora.

Isso significa que se espera que sejam necessários mais 267,6 anos para que a lacuna seja completamente fechada.

Ainda no mesmo relatório, sabe-se que as mulheres representam apenas 27% de todos os cargos de gestão, e as disparidades globais de rendimentos ainda estão apenas parcialmente a caminho de serem resolvidas.

Além disso, vale ressaltar que em alguns países, como o Brasil, o recorte de gênero segue lado a lado ao trabalho invisível do cuidado.

De acordo com o IBGE, até o ano de 2022, as mulheres dedicavam em média quase 7 horas a mais do que homens aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas.

Ainda que tenha havido uma diminuição com relação ao cuidado de crianças de 0 a 14 anos, houve aumento no cuidado de adolescentes e idosos nos domicílios.

Esse trabalho do cuidado que não se mede em valor, mede-se em contribuição para a sociedade como um todo. Ainda que não seja visível, são as mulheres que cimentam a base para o mercado de trabalho, ou permitem que homens cheguem ao topo, na maioria das vezes.

O que podemos concluir disso tudo?

Para o caso da liderança, em termos de pessoas que são mais falantes - independente do gênero - podemos dizer que grupos ou equipes têm em seus líderes aqueles que possuem um papel ativo nos debates.

Claro, temos um longo caminho de desconstrução acerca disso. Principalmente porque nem sempre quem fala demais realmente escuta.

Aqui, na LongVision, acreditamos mais no poder da escuta ativa do que da fala ativa, quando tratamos de cargos de gestão e liderança. Um líder precisa da equipe tanto quanto a equipe precisa do líder.

Portanto, escutar e construir confiança entre todos é muito mais valioso do que ter apenas um que fale mais por todos, sobressaindo-se individualmente.

Lembrando que os resultados são sempre coletivos em qualquer organização.

O mesmo vale para debates. Ainda que seja importante alguém guiando no maior posto, debates devem ter a participação de todos, se queremos chegar às melhores soluções.

Isso tudo tem a ver com diversidade. E aqui, entramos na questão do gênero, também. A diversidade agrega. Quanto mais diverso um time, maior as chances de inovação e excelentes resultados.

Assim, se ainda os tempos não mudaram, passou da hora de mudar! Que as próximas pesquisas nos mostrem resultados completamente diferentes.

Para saber mais sobre como a LongVision acredita e promove a mudança, acesse:

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