Liderança autêntica: impacto da vulnerabilidade nos negócios

Foto do estúdio onde gravamos o podcast LongVision Talks. Vê-se uma mesa no centro com duas pessoas sentadas frente a frente. Uma dela é o CEO da LongVision, Eduardo Sguario. A outra é Joanylton Ruthes, VP da Volvo. Ambos são homens brancos.

No mundo corporativo moderno, onde a competição é ainda maior e as mudanças são constantes, a liderança autêntica se destaca como um diferencial. Entre os vários aspectos que compõem essa forma de liderar, a vulnerabilidade emerge como um elemento crucial.

A Natureza da Liderança Autêntica

A liderança autêntica é caracterizada por transparência, integridade e uma conexão genuína com todos os membros da equipe.

Além disso, líderes autênticos são aqueles que demonstram consistência entre seus valores pessoais e suas ações, criando um ambiente de confiança e engajamento.

Sendo assim, uma peça-chave desse quebra-cabeça é justamente a vulnerabilidade, que, ao contrário do que muitos podem pensar, não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e força.

Contudo, é necessário que saibamos fazer alguns recortes aqui. Ser vulnerável vai depender muito do ambiente e da abertura das pessoas ao seu redor. Ademais, vale reforçar que nem todas as pessoas vão poder ser vulneráveis o tempo todo, permitindo-se para tal.

Ou seja, é importante que consideremos recortes de classe, raça e gênero para a efetividade da abordagem e dessa discussão.

Vulnerabilidade: redefinindo a liderança

Para os momentos em que podemos ser vulneráveis, a vulnerabilidade pode redefinir os passos de líderes, criando uma ponte de conexão com liderados, por meio da confiança.

E a vulnerabilidade na liderança envolve a disposição de ser aberto e honesto sobre falhas, incertezas e desafios. Isso inclui admitir erros, pedir ajuda e mostrar que, mesmo em posições de autoridade, líderes são humanos e passíveis de falhas.

Essa transparência não só humaniza os líderes, mas também cria uma cultura de confiança e segurança psicológica entre os colaboradores.

As vantagens da vulnerabilidade na liderança

Os benefícios de se permitir ser vulnerável estão no caminho oposto da baixa performance - caso alguém tenha alguma dúvida sobre isso.

Muito pelo contrário, já há dados de que líderes mais humanos - e que, consequentemente, mostram suas vulnerabilidades - promovem a coesão e a alta performance nas suas equipes.

  1. Aumento da confiança: quando os líderes são transparentes sobre suas vulnerabilidades, eles estabelecem um ambiente onde os membros da equipe se sentem seguros para compartilhar suas próprias preocupações e ideias, promovendo um ambiente colaborativo e inovador;
  2. Fortalecimento das relações: a vulnerabilidade permite uma conexão mais profunda entre líderes e suas equipes. Essa conexão é fundamental para o engajamento dos colaboradores, pois se sentem valorizados e compreendidos;
  3. Promoção da inovação: um ambiente onde os erros são vistos como oportunidades de aprendizado incentiva a experimentação e a inovação. Então, os colaboradores se sentem encorajados a pensar fora da caixa e a propor soluções criativas sem medo de represálias.
  4. Melhoria da resiliência organizacional: a capacidade de um líder de mostrar vulnerabilidade em tempos de crise pode inspirar a equipe a enfrentar desafios com mais confiança e união, fortalecendo a resiliência da organização.

Portanto, vantagens há! Mas e desvantagens?

As desvantagens só existem em organizações não abertas para a transformação. E, nesse caso, as pessoas com culturas de transparência e conexão não ficam muito tempo por ali.

Implementando a vulnerabilidade na liderança

Obviamente, nada disso ocorre da noite para o dia. Envolve muitas camadas e partes nesse processo todo de se abrir, se permitir e transformar, incluindo terapias.

Envolve, também, quebras de paradigmas culturais. Por exemplo, ainda é costumeiro enxergar a vulnerabilidade como fraqueza, em diversos ambientes e sociedades.

Isto é, temos um desafio grande pela frente.

Ainda assim, algumas práticas podem ajudar líderes que queiram iniciar nessa jornarda.

  1. Admitir erros: reconhecer seus próprios erros e aprender com eles é uma das formas mais poderosas de demonstrar vulnerabilidade. Isso não só mostra humildade, mas, também, ensina aos colaboradores a importância do aprendizado contínuo.
  2. Buscar feedback: solicitar feedback honesto e contínuo e estar aberto a críticas construtivas reforça a confiança e demonstra um compromisso com o desenvolvimento pessoal e organizacional.
  3. Compartilhar histórias pessoais: relatar experiências pessoais, especialmente aquelas relacionadas a desafios e superações, pode inspirar e motivar a equipe, além de humanizar o líder.
  4. Fomentar um ambiente de apoio: criar políticas e práticas que promovam a segurança psicológica, onde os colaboradores se sintam confortáveis para expressar suas ideias e preocupações sem medo de julgamento ou retaliação.

A liderança autêntica, ancorada na vulnerabilidade, é uma abordagem que pode transformar a dinâmica organizacional.

Ao adotar a vulnerabilidade, os líderes não apenas fortalecem a confiança e a coesão dentro de suas equipes, mas também impulsionam a inovação e a resiliência organizacional.

Em um mundo empresarial em constante evolução, a capacidade de liderar com autenticidade e coragem é, sem dúvida, um diferencial competitivo essencial.

Explorar e adotar a vulnerabilidade na liderança, portanto, não é apenas uma estratégia de gestão, mas um compromisso com o desenvolvimento de uma cultura organizacional mais humana, colaborativa e inovadora.

Ao abraçar essa abordagem, os líderes não só se fortalecem como indivíduos, mas, também, pavimentam o caminho para um futuro empresarial mais promissor e sustentável.

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